Bilionário nascido na África do Sul fez acordo para comprar o Twitter recentemente, e também comanda a fabricante de carros elétricos Tesla e a empresa SpaceX, de voos espaciais.
A Neuralink foi cofundada em 2016 por Elon Musk, pelo engenheiro biomédico Max Hodak e o engenheiro de computação Paul Merolla, que então contrataram o primeiro grupo de especialistas em diversas áreas. Em janeiro de 2022, porém, apenas dois dos oito cientistas iniciais permaneciam na empresa.
A empresa já vem trabalhando no aperfeiçoamento de um biochip capaz de transmitir sinais cerebrais, permitindo o controle direto de dispositivos eletrônicos por meio de ondas cerebrais. Além dessa função, de acordo com Elon Musk, o implante permitirá controlar hormônios, restaurar funções motoras e até “tratar” a cegueira. Por enquanto, os testes estão sendo realizados em animais, como macacos, que foram capazes de jogar Ping Pong usando a mente. O problema é que a Neuralink vem enfrentando críticas de entidades ambientalistas que a acusam de ter matado cerca de 1.500 animais durante a pesquisa do chip cerebral.
Muitos especialistas criticam a empresa afirmando que as promessas da Neuralink são exageradas. Os apoiadores, por outro lado, argumentam que, embora algumas coisas demonstradas pela empresa já tenham sido realizadas em laboratório, o trunfo de Musk seria a visibilidade e o investimento que proporcionou às start-ups de neurotecnologia.
No entanto, como mostra a agência russa de notícias, no ano passado, a ONG Comitê de Médicos em prol da Medicina Responsável, que reúne mais de 17.000 médicos, entrou com uma ação contra a Universidade da Califórnia em Davis, nos EUA, cujos laboratórios foram usados por funcionários da Neuralink de 2017 a 2020 para experimentos com animais, dizendo que as cobaias “sofreram infecções dos eletrodos implantados em seus cérebros” e pela substância experimental conhecida como BioGlue, um tipo de hidrogel que “matou macacos destruindo partes de seus cérebros”. A universidade recebeu US$ 1,4 milhão (cerca de R$ 7,2 milhões) de Elon Musk pelo aluguel de suas instalações.
A instituição de ensino enviou à ONG documentos detalhando oito experimentos envolvendo macacos que tiveram implantes colocados no cérebro por meio de eletrodos. Casos de macacos “vomitando repetidamente, engasgando e tendo pouca interação com o ambiente/observadores” após a cirurgia, além de apresentarem “cabeça sangrando e sangue seco ao redor da base do implante craniano” foram listados nos documentos, revela a Sputnik.
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